Pensem numa bola de neve: quanto mais ela rola montanha abaixo, maior
ela vai ficando. Assim é a heresia protestante: lá pelo século XVI, ela
explodiu com Lutero e Calvino, mas não ficou só nos erros de sua origem: quanto
mais o tempo ia passando, novos erros iam se somando à heresia original.
Por exemplo: os primeiros reformadores deformadores
protestantes ensinavam que Maria é Mãe de Deus e acreditavam em sua virgindade
perpétua. Mas como a onda do protestantismo é protestar e dividir, já no
tempo de Lutero começaram a surgir protestantes discordando desses
ensinamentos.
E é assim até hoje. Enquanto a doutrina Católica permanece sempre
íntegra e fiel à herança dos Apóstolos, as seitas protestantes inventam uma
heresia nova a cada dia.
Tem dado muito o que falar um vídeo do pastor Claudio Duarte, figurinha fácil em programas de TV.
No tal vídeo, falando a um grupo de protestantes, ele se gaba de ter atacado os
dogmas marianos dentro de uma igreja católica (uma paróquia em BH), na qual
teria sido convidado a pregar.
O pastor despreza a crença católica
na virgindade perpétua de Maria e fala que ela não poderia ser Mãe de Deus, pelo simples fato
de que ninguém pode ser mãe de alguém que é mais velho do que ela.
Achei que todo o cristão deveria estar acostumado com o fato de que os
mistérios de Deus nem sempre são tão óbvios assim. Naquele tempo, ninguém
poderia ser mãe sem fazer sexo, e, no entanto, os protestantes também creem que
Maria engravidou de Jesus sendo virgem.
Um cristão que nega que Maria é Mãe de Deus deve, necessariamente, achar
que Isabel estava errada quando disse:
"Donde me vem esta honra de vir a mim a MÃE DO MEU SENHOR?" (Lucas 1,43).
Os protestantes se gabam tanto se seguirem a Bíblia, mas não conseguem
aceitar essa revelação tão clara da Palavra?
O próprio Lutero explica de forma
muito simples que não se pode separar a natureza humana de Cristo de sua
natureza divina. Se Jesus era Homem e Deus ao mesmo tempo, é lógico que Maria não
carregou em seu ventre somente o “Jesus homem”: ela gerou e deu à luz o Deus
Encarnado. Quem quiser, pode chorar, se rasgar, morder!
“Deus não recebeu sua divindade de Maria; todavia, não segue que seja
consequentemente errado afirmar que Deus foi carregado por Maria, que Deus é
filho de Maria, e que Maria é a Mãe de Deus. Ela é a Mãe verdadeira de Deus, a
portadora de Deus. Maria amamentou o próprio Deus; ele foi embalado para dormir
por ela, foi alimentado por ela, etc. Para o Deus e para o Homem, uma só
pessoa, um só filho, um só Jesus, e não dois Cristos. Assim como o seu filho
não são dois filhos...”
Martinho
Lutero. Nos Conselhos e na Igreja. Ano 1539 Sobre a virgindade
perpétua de Maria, Lutero esclarece:
"Agora, a questão sobre a qual que temos que nos debruçar é sobre
como Cristo poderia ter irmãos, se Ele era o filho único da Virgem Maria, e a
Virgem não teve outros filhos além dele. Alguns dizem que José foi casado antes
de seu casamento com Maria... Mas eu estou inclinado a concordar que 'irmãos'
realmente significa 'primos' aqui, pois a Sagrada Escritura e os judeus sempre
chamam os irmãos de primos.
MARTINHO
LUTERO. Luther’s Works, Vol. 22. St. Louis: Concordia Publishing House,
1957. Translated by Martin H. Bertram. pp. 214-15
“E ele não a conheceu até que ela deu
à luz um filho”: muitos protestantes usam essa passagem para argumentar que o ATÉ
QUE indicaria que dali em diante José “conheceria” a sua esposa Maria. Calvino
explica que essa conversa é furada:
"Houve certas pessoas que quiseram sugerir a partir desta passagem
[Mt 1,25] que a Virgem Maria teve outros filhos além do Filho de Deus, e que
José se relacionou intimamente com ela depois; mas que estupidez! O escritor do
evangelho não teve a intenção de registrar o que aconteceu depois; ele
simplesmente quis deixar bem clara a obediência José (...). Ele, portanto,
nunca habitou com ela nem compartilhou de sua companhia (...). Além disso,
Nosso Senhor Jesus Cristo é chamado o primogênito. Isso não é porque houve um
segundo ou um terceiro filho, mas porque o escritor do Evangelho está
destacando sua precedência."
João Calvino. Sermão sobre Mateus 1,22-25. Ano 1562 (Max Thurian. Mary: Mother of All Christians (translated by Nevill B. Cryer,
New York: Herder & Herder, 1963, pp. 39-40)
Bem, mas vocês sabem: a bola de bosta, quer dizer, a bola de neve de
heresias vai continuar rolando ladeira abaixo, até se espatifar. Enquanto isso,
vamos seguindo firmes na barca de Pedro, que balança mas nunca afunda!
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